sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

O confuso e misterioso roubo das vírgulas

Espetáculo infantil diverte e estimula o conhecimento dos pequenos a partir de 18 de janeiro no Teatro Maria Clara Machado


Num simpático sítio no interior, um crime inusitado acontece: todas as vírgulas são roubadas. Cartas, cheques, receitas de comida e tudo o que possa ser escrito respeitando a utilização das vírgulas está ameaçado.

Antes que a pacata cidadezinha fique muito prejudicada pelos roubos, um trio da pesada entra em ação a fim de solucionar o caso.Joãozinho (Zeca Richa), Fabiana (Julia Mendes) e Pedroca (Mario Terra) mergulham fundo numa divertida investigação que dá o tom da peça ‘O Confuso e misterioso roubo das vírgulas’, que estreia 18 de janeiro no Teatro Maria Clara Machado (Teatro do Planetário), com ingressos a R$ 40. O espetáculo, primeira incursão da jovem Cia em Obra (fundada há um ano) no universo infantil, tem dramaturgia e direção de Pedro Emanuel e texto original de Iuri Kruschewsky.

"Quando o Iuri nos contou a história de seu livro infantil sobre o roubo das vírgulas, imediatamente ficamos fascinados com o enredo e tivemos a ideia de adaptá¬lo para o teatro. Traduzir em cena as palavras deste divertido texto tem sido um jogo instigante e prazeroso", observa Pedro, parceiro de Kruschewsky também na Companhia Sala Escura de Teatro (dos espetáculos 'É Culpa da Vida que Sonhei ou dos Sonhos que Vivi' e 'Memória Inventada no Sonho de Alguém'). A dupla se conheceu no curso de Artes Cênicas da Faculdade da Cidade e, desde então, tem emendado, com sucesso de público e crítica, um projeto atrás do outro. "Decidi escrever para as crianças, pois acredito que essa é a fase fundamental para criação do público que irá frequentar os teatros e as bibliotecas da cidade", explica Kruschewsky.

Em cena, o primeiro roubo acontece na carta que Joãozinho escreve para sua amiga Fabi. Sem as vírgulas, a carta perde seu sentido e muda completamente as intenções do menino. Depois, somem da receita de bolo fazendo com que este acabe por solar, depois das contas da vovó Vitória, gerando um valor muito mais alto que o real. As vírgulas passam a desaparecer de todo tipo de documento escrito e levam a cidade ao estado de alerta geral. Joãozinho, de 10 anos, Fabiana, de 9, e Pedroca, de 6, percebem que o sítio da vovó fica enlouquecido com estes roubos e decidem investigar quem é o ladrão das vírgulas, pois sem elas tudo que é escrito perde o sentido, com os moradores mal conseguindo se comunicar.

Com seis músicas e direção musical de Jonas Hammar, ‘O Confuso e Misterioso Roubo das Vírgulas’ é garantia de diversão para toda a família. "Não se pode falar com a criança como se ela fosse desprovida de inteligência. Nossa proposta é entreter, mas com qualidade, fazendo com que a garotada adquira conhecimento", continua Pedro, num discurso que encontra eco em Kruschewsky. "As crianças do século XXI vivem cercadas pela Internet, pelos celulares e videogames portáteis. Cada vez mais escrevem abreviando as palavras e sem respeitar a pontuação. Escrevi esse texto como forma de resgate à língua portuguesa e principalmente, um resgate da criança que brinca na rua, com os pés no chão, sujos de lama", diz o autor, que é filho de escritor e jornalista. Na peça, as músicas aparecem como um recurso narrativo: ela colabora com a ação realizada pelos personagens. Além disso, os atores também tocam guitarra, ukelelê e violão ao vivo.

SOBRE A CIA EM OBRA
A companhia atualmente é formada por Eduardo Parreira, Julia Mendes, Mario Terra, Pedro Emanuel, Pedro Casarin, Zeca Richa e pela produtora Luísa Barros. O espetáculo 'Não Há Melhor Lugar do que a Nossa Casa', marcou o início da trajetória da companhia, em 2012, e voltou à cena em setembro, desta vez na Sede das Cias (antigo espaço da Cia dos Atores, na Lapa). A montagem é fruto de uma pesquisa realizada pela Cia em Obra acerca dos movimentos que tornam possível escrever palavras e gestos que dancem.

As músicas Sítio da Vovó – Música de apresentação. Cria toda a atmosfera do sítio da vovó e apresenta ao espectador as lembranças que o protagonista Joãozinho tem dele.

Chuveiro – Joãozinho e Fabi saem escondidos para tomar banho de chuva e se divertem cantando qual a diferença entra chuva e o chuveiro.
Blues dos Porcos – Narra, em ritmo de blues, toda a aventura que Pedroca enfrenta para entregar a carta que João escreveu para sua amiga Fabi.

Bolo de Fubá – Enquanto Babá Lia prepara o bolo de fubá da vovó Vitória, canta e se surpreende com a quantidade exagerada de fermento na receita.

Mundo Sem Vírgulas – Seu Régis, o pai da Fabi, explica nesta canção a importância do uso das vírgulas e as consequências geradas pela sua ausência.

Roubaram as Vírgulas – Música de despedida. Nesta canção os amigos explicam para a porca Grisela Von Engel que não há problemas em ser diferente.

SERVIÇO
Teatro Maria Clara Machado. Rua Padre Leonel Franca, 240 - Planetário da Gávea, Gávea, Rio de Janeiro ¬ RJ, telefone: (21) 2274¬7722. Sab 17h e dom, 16h. R$ 20. De 18 de janeiro a 15 (ou 22) de fevereiro. 50 minutos. Livre.

FICHA TÉCNICA:
Elenco: Eduardo Parreira, Julia Mendes, Mario Terra, Pedro Casarin e Zeca Richa
Dramaturgia e direção ¬ Pedro Emanuel
Texto original: Iuri Kruschewsky
Iluminação: João Gioia
Cenário : Carlos Augusto Campos
Figurino: Tiago Ribeiro
Adereços: Waleska Laine
Letras e melodias: cia em obra
Iluminadora assistente: Ana Luzia de Simoni
Costureira: Linda Carvalho
Contra¬regra: João Batista da Silva
Montagem cenotécnica: Articulação Cenográfica
Direção musical: Jonas Hammar
Fotos: Ícaro Salek
Assessoria de imprensa – TFS Comunicação & Marketing
Programação visual: ZR Mosaico
Produção executiva: Luísa Barros
Realização: Cia em Obra

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