quarta-feira, 11 de maio de 2011

CCBB RIO APRESENTA A FILOSOFIA DO ROCK

Zélia Duncan é a convidada do primeiro encontro que terá como tema a inesquecível cantora Cássia Eller

Filosofia do Rock é o nome da série de apresentações que o Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro promoverá de maio a novembro, a partir das 18h30, com entrada gratuita. A intenção é buscar um diálogo entre o rock e a filosofia traçando afinidades entre obras de nomes importantes do rock e a poética encontrada em suas canções com as principais correntes filosóficas do século XX.

Mestre e Doutora em Filosofia, Marcia Tiburi estará à frente dos debates que terão como convidados alguns destaques do cenário musical como Zélia Duncan, Nelson Motta, Thedy Corrêa e Elisa Gargiulo que durante os encontros farão a plateia refletir sobre as questões antropológicas e históricas que definem o rock como fenômeno cultural e reflexivo.

“A filosofia é sempre crítica. Sua tarefa é pensar e a ideia destes encontros é pensar o rock, entender a história da juventude, ver em que sentido os jovens de ontem e de hoje se relacionam com o rock, tentar descobrir se o rock ainda tem algo a nos dizer”, informa Marcia Tiburi.

Marcia diz ainda que o objetivo é provocar pensamentos sobre o que se ouve, percebendo o que há além de sons e letras, quais as conexões com o estado da cultura, com as questões que se tornaram decisivas enquanto apareciam apenas como mero entretenimento da juventude.

Para o primeiro encontro, dia 11 de maio, a convidada é Zélia Duncan, que abordará o tema “Cássia Eller, o rock nacional e a filosofia da voz”. Uma das figuras mais importantes do rock nacional, Cássia Eller marcou um lugar no cenário musical destoando das cantoras brasileiras com sua voz marcante e inesquecível.

A séria de debates será realizada no Auditório do CCBB Rio e as senhas para os eventos podem ser retiradas com uma hora de antecedência na bilheteria. O CCBB fica na Rua Primeiro de Março 66, Centro, tel.: (21) 3808-2020 (21) 3808-2020 . Outras informações podem ser obtidas no site www.bb.com.br/cultura

SERVIÇO

Evento: Filosofia do Rock

Patrocínio: Banco do Brasil

Realização: Centro Cultural Banco do Brasil

Debate inicial: Cássia Eller, o rock nacional e a filosofia da voz

Debatedores: Marcia Tiburi e Zélia Duncan

Data: 11/05/2011 – quarta-feira

Horário: 18h30

Local: Centro Cultural Banco do Brasil – CCBB Rio

Rua Primeiro de Março, 66 - Centro

Auditório – 4º andar

Capacidade: 80 lugares

Duração: 120 min

Classificação indicativa: Livre

Informações: (21) 3808-2020 (21) 3808-2020

www.bb.com.br/cultura



http://twitter.com/CCBB_RJ

ENTRADA GRATUITA - mediante retirada de senha, distribuída com uma hora de antecedência.


PROGRAMAÇÃO COMPLETA DO CICLO

Dia 11/05 – ZÉLIA DUNCAN

Cássia Eller, o rock nacional e a filosofia da voz - Dos Mutantes e Raul Seixas, chegando aos Titãs e ao Barão Vermelho, a história do rock nacional não acaba. Cássia Eller foi uma das suas figuras mais importantes ao assumir-se como intérprete do rock nacional. Como cantora ela marca um lugar tão pós-feminista quanto pós-feminino na história da canção. Destoando da cena mais habitual das cantoras brasileiras, Cássia foi a anti-diva que perturbou a cena com sua voz inesquecível. Cássia foi a simples cantora que, encarnando um modo de ser antiperformático, deu um lugar especial e incomum ao papel da voz na canção brasileira e no rock feito por mulheres. Esse encontro é também uma homenagem à amizade e a admiração de Zélia Duncan – ela mesma parte da história do rock brasileiro - por Cássia.

Dia 15/06 – THEDY CORRÊA

Bob Dylan e Walter Benjamin - Neste encontro entra em cena a filosofia contemporânea como filosofia da revolução e o marxismo para além do socialismo e do comunismo. O rock para além da mercadoria, como manifestação do encontro da tradição e do que a nega. A ética do sonho combina a canção e a filosofia fazendo-se crítica social e poética de um mundo que se contenta em ser palco da estética da mercadoria. A liberdade para além do capitalismo e a poesia como forma de narração da vida para além dos preconceitos gênero e etnia são o elo que une o rock de Dylan e o pensamento de Benjamin.

Dia 06/07 – THEDY CORRÊA

Legião Urbana e Michel Foucault – Legião Urbana é uma banda de música filosófica em um país musicalmente rico e filosoficamente pobre. Surgindo no período da abertura política após a ditadura, mas sob as amarras da ditadura que ainda alicerçam a cultura, Legião Urbana foi a expressão de um grito de dor, ao mesmo tempo que de um outro desejo. Junto de Cazuza e outros músicos de sua geração, Legião foi a manifestação mais forte da autoconsciência jovem, de sua melancolia, da violência simbólica na qual os jovens foram submetidos por décadas. A crítica do cinismo próprio ao poder, as imagens da desigualdade social urbana e dos jogos de poder burgueses como a família, a amizade e a religião fazem o diálogo entre Legião Urbana e a obra crítica do inventor da microfísica do poder e da biopolítica que revolucionaram a percepção das relações humanas na segunda metade do século XX.

Dia 24/08 – ELISA GARGIULO

As mulheres na história do Rock - As mulheres não participam da história política, da arte ou da história do conhecimento senão como sujeitos esquecidos ou dominados. A história do rock tem poucas representantes do gênero. O nascimento do rock é contemporâneo da intensificação do feminismo na segunda metade do século XX, a partir da reflexão de Simone de Beauvoir. A ausência e a chegada das mulheres ao rock e do rock às mulheres é uma questão tensa. Embora autorizadas pela contracultura, as mulheres raramente ocuparam o espaço de expressão musical popular que foi o rock. De Janis Joplin, Patti Smith e Nina Hagen as bandas de mulheres da virada do século nos fazem questionar os motivos desta presença quase rara.

Dia 14/09 – THEDY CORRÊA

Velvet Underground e as filosofias pós-modernas – Arte pop, Andy Warhol e a Filosofia da Televisão. Sadismo, masoquismo ou crítica da moral escrava? A liberdade de expressão na selva urbana é a característica da musicalidade da banda que dá à história do rock um acento irônico inegável. O pensamento para além do gênero vem compor com Velvet uma estranha poética do submundo, um elogio do bas-fond. A crítica do progresso por meio da arte e da filosofia da decadência, a simbolização do nada e a dessimbolização da arte provocam um rock marcado por uma negatividade em que a moral burguesa e o direito de quem é excluído esteticamente é resgatado com a arma mortal do deboche.

Dia 12/10 – NELSON MOTTA

Rolling Stones e as filosofias negativas – Alguns autores falam que certas bandas de rock atingem o cérebro e o coração, outras a sexualidade e os pés. Rolling Stones é a banda mais representativa da cênica rock’roll. Estranhamente é a banda mais antiga, cujos músicos permanecem unidos trabalhando até os dias de hoje. É uma das bandas mais importantes da história do rock e de seu tempo presente e a aparentemente mais esvaziada de significados conceituais. No entanto, ela é a própria encenação da mística negativa, da profanação e do prazer do corpo, da metafísica e da moral por meio da liberdade do gozo corporal. Dialoga assim com a obra de Georges Bataille, Sigmund Freud e Herbert Marcuse e de todos aqueles que ousaram repensar o prazer, a raiva e tom de festa e sem ressentimento.

Dia 16/11 – THEDY CORRÊA

Radiohead e Nirvana, Ideologia e Sociedade do Espetáculo - Os avanços da tecnologia no século XX, as revoluções feministas e sexuais, a psicodelia, o punk, nada disso sustentou a ideia de um mundo sem crises existenciais, políticas e econômicas. Ao contrário, o rock dos anos noventa é o lugar de exposição da melancolia como afeto profundo da sociedade tecnológica e globalizada. Nirvana e todo o universo Grunge partem da resignação individual para denunciar o vazio da sociedade industrial; a descrença é a marca da adolescência como grupo de gente que se projeta sem futuro. A morte do sentido, a promessa e a banalização do gozo imediato ao mesmo tempo que sua banalização fazem Vilém Flusser e Guy Debord os parceiros ideais para compreender o acontecimento Nirvana e seu espírito adolescente na final do século XX.

Para mais informações:
3 Na Pauta Comunicação Empresarial – (21) 3547.8275 / 3547.8276
Edna Araripe – (21) 8212.9772 – edna@3napauta.com.br

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