terça-feira, 6 de abril de 2010

INFECTOLOGISTA TIRA DÚVIDAS SOBRE VACINAÇÃO CONTRA VÍRUS INFLUENZA A (H1N1)



Especialista informa e orienta sobre imunização da Nova Gripe iniciada no País em março

Iniciada em março, a vacinação contra o vírus A (H1N1) ainda é motivo de dúvidas para muitas pessoas no Brasil. Questões relacionadas ao cronograma de imunização estabelecido pelo Ministério da Saúde e também sobre a efetividade e segurança da vacina são o foco da entrevista realizada com a Dra. Michele Higa Froes, Infectologista do Hospital San Paolo.

A especialista informa que, segundo o calendário estipulado pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão, a vacina esteve disponível do dia 8 ao dia 19 de março para trabalhadores da saúde e população indígena. O segundo grupo da lista é formado por gestantes, que também já foram imunizadas entre 22 de março e 21 maio.

Posteriormente, crianças que tem entre 6 meses e 1 ano de idade, seguidos de pacientes com doença crônica, foram atendidos entre 22 de março e 2 de abril. A quarta etapa estará em vigor entre os dias 5 e 23 de abril e é destinada a adultos que possuem entre 20 e 29 anos de idade. Em seguida, idosos com doença crônica entre 24 de abril e 7 de maio. Por último, adultos que tem entre 30 e 39 anos de idade terão entre os dias 10 e 21 de maio para realizar a imunização.

Segundo Froes, a estratégia de priorizar certos grupos foi corretamente definida, pois está de acordo com as informações epidemiológicas da pandemia ocorrida no Brasil, com as recomendações de diversas entidades científicas e da OMS (Organização Mundial da Saúde). A infectologista afirma ainda que a vacinação contra o vírus é de grande importância para reduzir o risco de expansão de transmissão da doença e diminuir a mortalidade entre os grupos de risco.

Não há intenção de imunizar toda a população mundial, pois o objetivo da vacinação não é evitar a infecção pelo vírus e sim diminuir o risco de adoecimento e o número de mortes associadas à Influenza Pandêmica nos grupos mais afetados. A vacina estará disponível para quem não fizer parte do grupo de risco em clínicas privadas, não existindo atualmente informações concretas sobre a previsão de sua disponibilidade.
A médica explica que existe a possibilidade de um novo surto mesmo após a vacinação, pois o vírus da Influenza A (H1N1) possui vários subtipos que podem sofrer mutações. “Quando isso acontece, o risco de produção de epidemias ou pandemias pode existir em virtude da suscetibilidade das populações aos novos subtipos”, exemplifica Froes. “Devido ao referido processo de mutação, há necessidade de atualização constante da composição da vacina para não comprometer o processo de imunização”, afirma a especialista.

Com relação aos sintomas da doença, Froes explica que os casos confirmados têm quadro clínico variando entre leve e moderado, com predomínio dos seguintes sinais e sintomas: febre, tosse, coriza e mialgia (dor muscular). As manifestações iniciais são febre alta maior que 38°C, acompanhada de tosse, dor de garganta e sintomas do trato respiratório inferior. Há relato da presença de diarréia, vômitos, dor abdominal, dor pleurítica e sangramento do nariz e gengiva, além de falta de ar em média 5 dias após o início dos sintomas.

Devido a esses problemas, uma importante maneira de prevenir a propagação da doença ainda é a higienização das mãos com água e sabão e álcool gel. “A maioria das doenças poderia ser evitada com a simples lavagem correta das mãos”, completa a doutora.

O tratamento da doença deve ser administrado com o antiviral Oseltamivir, indicado para indivíduos de qualquer idade que apresentam doença respiratória aguda caracterizada por febre, tosse e falta de ar, acompanhada ou não de aumento da freqüência respiratória e pressão baixa. Em crianças, alguns sintomas são também os batimentos de asa de nariz, cianose (pele do corpo que adquire tonalidade azul), tiragem intercostal, desidratação e inapetência (ausência de fome), cujos sintomas tenham ocorrido no período de 48 horas, observando-se as recomendações do fabricante do medicamento. Também, a critério médico, está indicado para tratamento de pacientes com síndrome gripal que sejam portadores de fatores de risco (idade inferior a 2 ou superior a 60 anos de idade; gestantes; portadores de doença crônica, imunodeprimidos).

Froes garante que a vacina a ser utilizada é segura e efetiva (efetividade média maior que 95%) e já está em uso em outros países, onde não tem sido observada a ocorrência de eventos adversos graves. “A vacina é também segura e indicada para gestantes em qualquer idade gestacional”, finaliza a médica.

A Dra. Michele Higa Froes é infectologista e médica do CCIH (Serviço de Controle de Infecção Hospitalar).

O Hospital San Paolo é um moderno centro hospitalar de alta complexidade e possui maternidade para gestações normais e de alto risco, onde pacientes podem contar com infra-estrutura adequada, tecnologia atualizada e qualidade assistencial de referência na zona norte da capital paulistana.

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