quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

O COACHING E AS RELAÇÕES PÚBLICAS

por Lalá Aranha

Fonte: http://www.aberje.com.br/acervo_colunas_ver.asp?ID_COLUNA=691&ID_COLUNISTA=77


coaching como é visto hoje foi se esboçando como atividade a partir do século passado. É o resultado de uma série de convergências na área do desenvolvimento humano com origens no esporte, com o objetivo de explorar os aspectos positivos de um atleta talentoso e neutralizar os negativos. Hoje encontramos o coaching como uma ferramenta capaz de contribuir para o desenvolvimento pessoal e profissional de um talento com metas para atingir e desafios para controlar. Além do coaching esportivo, encontramos o executivo - aplicado na área profissional de grandes corporações, das artes e qualquer outra área que queira ultrapassar, cruzar o lugar comum e a mesmice por meio da construção de uma imagem de sucesso que se destaca pela produção com qualidade e ética. E para ambos os casos, o coaching social - ligado à reputação, à qualidade de vida, à construção de relacionamentos e às formas de se apresentar socialmente.

Assim o coaching tem a ver com mobilidade, espaços individuais de aprendizado e ensinamento, mentoria de experiências e novas formas de conhecimento,com resultados imediatos por meio de técnicas e ferramentas de assessoria pessoal. Estas técnicas, pinçadas de várias atividades, mas com objetivos comuns – o aperfeiçoamento pessoal e/ou profissional rápido – começaram a interagir e resultaram nesta atividade cujos mercados principais estão nos Estados Unidos, Austrália e Inglaterra, onde encontramos escolas e associações de coaching. Mas vai além, porque hoje está sendo abraçado pela academia e pelo mundo corporativo. No Brasil já temos entidades que congregam os profissionais e as assessorias, cursos complementares nas universidades ou institutos do saber e head hunters a procura de profissionais. A bibliografia também já é emergente com experts como Kevin McAlpin, Hans Vaagenes, Sharon Sands,Steven Covey, Sir John Witmore, Dawn Wilkinkinson, W. Timothy (Tim) Gallwey, Robert Dilts e muitos outros.

Assim como as relações públicas, o coaching tem várias definições. A SBC - Sociedade Brasileira de Coaching diz que é “uma assessoria pessoal e profissional que visa potencializar o nível de resultados positivos nas diversas áreas da vida de um cliente, grupo ou empresa”. Ainda lá encontramos a definição de coach: “é um "Personal Trainer mental e emocional", que auxilia as pessoas a atingirem metas profissionais e pessoais”. E continua“Da mesma forma que o Personal Trainer atua, motivando e estimulando um aluno a atingir níveis cada vez mais altos em excelência física, o coach impulsiona ocoachee(cliente) a alcançar níveis de excelência e de realização em diversos aspectos de sua vida pessoal, profissional, nos relacionamentos e qualidade de vida.O coachingse realiza por meio do desenvolvimento de competências de liderança, autoconfiança, iniciativa e comunicação, além da capacidade de lidar com adversidades”. O tratamento da imagem e reputaçãodo coachee é imprescindível para o contínuo aperfeiçoamento de sua carreira.

Nestas definições, vejo o profissional de relações públicas atuando como um coach no sentido de que ele está apto a facilitar a vida pessoal ou profissional de um atleta, de um executivo, deum artista não só validando, desenvolvendo e ampliando seus potenciais e conhecimentos adquiridos como também explorando as maneiras de se apresentar em público, de forma apropriada.  O coaching chega a terrenos menos férteis e visíveis,como o ensinamento do cerimonial e da etiqueta,do vestir adequado além de outros que auxiliam o crescimento do coachee no mundo de hoje, sem lhe causar ruídos sociais.Entendo que esse profissional deve também aprender como cultivar o status adquirido para protegê-lo das variantes e dos desafios que a vida e o dia-a-dia oferecem. Ou seja, como ficar imune às ondas da fama e do sucesso. Quando estou praticando o coaching com algum profissional procuro sempre localizá-lo no ambiente em que vive e naquele em que viverá quando alcançar suas metas para que não ocorra um lapso de identidade nem tampouco se sinta constrangido frente a um fato para o qual não estava preparado. Esta é uma relação de confiança na qual confidencialidade e credibilidade são ingredientes indispensáveis para uma convivência harmônica e um resultado eficaz.

Vejo no coaching uma atividade feita sob medida para o profissional de relações públicas que tem condições de desenvolver todas as qualificações e prevenir todos os obstáculos com origem nos desafios e nas incertezas dos cenários que se abrem para um profissional de talento. O coaching nas Relações Públicas me faz lembrar o livro do Mário Sergio Cortella, filósofo, Mestre e Doutor em Educação – "O que a Vida me Ensinou" -  onde ele enfatiza que ensinar vem do latim ensignar, vem de signo, de sinal, de deixar uma marca. Ensignar é o que você grava em algo ou alguém.  E isto, nós profissionais de RP sabemos orquestrar.

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